Nesta semana aproxima-se mais um 22 de março, e no meio de tantas chuvas em nossa cidade, far-se-á uma discussão sobre a água no meio urbano. De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutor Carlos Tucci, “a água no meio urbano tem vários aspectos. O primeiro, que qualquer pessoa tem sempre na mente, é o do abastecimento da população. No entanto, vários outros aspectos devem ser considerados, principalmente com o aumento e a densificação populacional que o mundo vem sofrendo nesse século”.
Sorocaba cresce, se desenvolve, prioriza o mercado do capital, e esquece que o meio ambiente necessita de atenção. Isso não é culpa de determinado governo. Pois, quando discute-se a governança da água, entende-se que a responsabilidade deve surgir da interação do governo, da sociedade e das empresas. Essa trilogia deve atuar com protagonismo na cooperação de compromissos desse tema.
Neste sentido, a prefeitura preparou uma série discussões nesta semana, onde busca-se uma consciência coletiva sobre a água na cidade, bem como uma utilização equilibrada dos recursos hídricos e dos serviços relacionados à água. Destaco essa programação que permeia a Educação Ambiental e ações que visam sensibilizar a população sobre a importância da água para a vida, seu uso consciente, qualidade das águas do Rio Sorocaba e a conservação dos mananciais. A programação pode ser encontrada no site da prefeitura e do SAAE.
Assim, a água no meio urbano, denomina-se na tomada de decisões conjuntas, baseadas em acomodar e democratizar o debate, minimizando os impactos deste recurso natural, bem como na cooperação dessa responsabilidade. Infelizmente, por uma questão cíclica, teremos em breve, novas enchentes e ao mesmo modo, novas crises hídricas, e somente com a pressão da imprensa e da sociedade civil organizada, edificaremos políticas públicas de conservação e de uso racional da água, objetivando sua preservação inteligente.
Conforme o professor Carlos Tucci defende em suas publicações e no livro “Água Doce”, devemos, urgentemente, discutir quatro temáticas na cidade, no sentido de entender as responsabilidades, o consumo, e a proteção deste importante recurso da vida:
• os principais aspectos do desenvolvimento urbano para caracterizar a sua evolução;
• escoamento no meio urbano e sua interação com o uso do solo, identificando os principais impactos devido a urbanização no escoamento e o impacto do escoamento sobre a população que ocupa espaços;
• os mananciais urbanos sua proteção frente aos diferentes potenciais impactos e;
• a medidas de controle do escoamento no meio urbano.
Passou do tempo para que Sorocaba crie uma política de escoamento de água, prevendo proteção aos nossos cursos de águas e recursos naturais. O que o sorocabano vem sofrendo nos últimos meses, com enchentes diárias na área urbana e a lama na área rural, é o reflexo da ausência de um planejamento e de políticas sólidas, voltadas à sustentabilidade.
No próximo dia 22 de março, Dia Mundial da Água e Dia do Rio Sorocaba, atuando nesta didática, o mandato deste vereador, utilizará os instrumentos regimentais do legislativo sorocabano, e realizará de maneira educativa, apresentação de projeto de lei que contribuiu para minimizar estes impactos do contemporâneo e, espera-se, no mínimo, uma reflexão sobre nossas responsabilidades, bem como ações futuras e políticas públicas podem contribuir com essa temática.
João Donizeti Silvestre é ambientalista, vereador e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Sorocaba.
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